Bolsonaro preso: entenda as regras para o uso de celas especiais, como as salas de Estado Maior
Veja como é a 'Sala de Estado' onde Bolsonaro ficará preso Após a prisão preventiva determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bo...
Veja como é a 'Sala de Estado' onde Bolsonaro ficará preso Após a prisão preventiva determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília. Enquanto permanecer por lá, Bolsonaro deve ficar em uma sala de Estado Maior. O uso do espaço é previsto em lei para advogados, promotores e juízes, mas pode ser utilizado para outras autoridades, como é o caso de Bolsonaro (entenda mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp A TV Globo apurou que o espaço é composto por uma sala com mesa, cadeira e cama de solteiro e um banheiro privativo. A sala também tem ar-condicionado, janela, televisão, armário e um frigobar (veja vídeo acima). Se Bolsonaro permanecer na cela nos próximos dias, a defesa poderá solicitar à Polícia Federal e ao STF autorização para levar itens como eletroeletrônicos, livros e pertences pessoais. ➡️A legislação sobre o tema é clara: a sala de Estado Maior e a prisão especial só valem para presos que ainda não têm condenação definitiva. ➡️ Ou seja: quando a condenação de Bolsonaro no inquérito do golpe se tornar definitiva, sem direito a novos recursos, o ex-presidente perde o direito à sala separada. Infográfico: sala de Estado Maior onde Bolsonaro ficará preso tem banheiro, frigobar e TV Arte/g1 Sala de Estado Maior A Sala de Estado Maior consta no inciso V do artigo 7º da Lei 8.906, que trata do direito dos advogados. O uso da sala diferenciada é destinado para advogados, promotores e juízes. O local, de acordo com a lei, deve oferecer instalações e comodidades condignas, ou seja, adequadas. "O objetivo da Sala de Estado Maior é não misturar essas figuras do magistrado com a massa carcerária. Seu uso, no entanto, pode ser estendido para outras autoridades", explica o advogado Amaury Andrade. Em um exemplo do seu uso em exceções, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB), quando detidos, também ficaram em salas de Estado Maior da PF – em Curitiba (PR) e São Paulo, respectivamente. O advogado criminalista explica que o uso da sala fica a critério da interpretação do juiz, mas que, em grande parte, a utilização acaba se estendendo àqueles que têm direito à prisão especial. A prisão especial está prevista no artigo 295 da Lei 3.689 do Código Penal e prevê condições especiais para autoridades civis e militares. Têm direito à prisão especial: ministros de Estado; governadores e seus secretários, prefeitos, vereadores e chefes de polícia; membros do Poder Legislativo; cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; oficiais das Forças Armadas e os militares de estados e do Distrito Federal; magistrados; ministros de confissão religiosa; ministros do Tribunal de Contas; cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado; e delegados de polícia e até guardas-civis dos estados, ativos e inativos. "A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum", diz o artigo. "Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum", completa outro parágrafo. Juristas avaliam que, embora não sejam citados textualmente, ex-presidentes também têm direito à prisão especial. Como oficiais das Forças Armadas têm esse direito, por analogia, os presidentes também têm – porque foram comandantes em chefe das Forças Armadas. Entenda o que é uma sala de Estado Maior, espaço onde está o ex-presidente Jair Bolsonaro na PF A prisão de Bolsonaro O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente em cumprimento a um mandado autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a decisão assinada por Alexandre de Moraes, a prisão foi determinada após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente, na noite de sexta-feira (21). Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em imagem de arquivo Divulgação Na decisão à qual TV Globo teve acesso, Moraes apontou risco de fuga e afirmou que a convocação da vigília “indica a possível tentativa de utilização de apoiadores” de Bolsonaro para “obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar” da qual o ex-presidente era alvo. Ao decretar a prisão preventiva, Moraes afirmou ainda que a tornozeleira de Bolsonaro foi violada por volta de meia-noite deste sábado. O ministro disse que recebeu um aviso do Centro de Integração de Monitoramento Integrada do Distrito Federal sobre a ocorrência, à 0h08, de violação do equipamento. Ele não esclareceu, no entanto, o que seria essa violação. 🔎 Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma trama golpista na tentativa de permanecer no poder, apesar da derrota nas urnas em 2022. 🔎 Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, acusado pela Justiça de atrapalhar as investigações em outro inquérito. Neste sábado (22), a prisão domiciliar foi convertida em preventiva. Plantão da TV Globo: Bolsonaro é preso preventivamente por ordem do STF LEIA TAMBÉM: