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Casa de reabilitação que pegou fogo no DF era clandestina e não deveria estar ativa, diz governo

Incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. CBMDF/Divulgação A casa de recuperação para dependentes químicos que pegou fogo no...

Casa de reabilitação que pegou fogo no DF era clandestina e não deveria estar ativa, diz governo
Casa de reabilitação que pegou fogo no DF era clandestina e não deveria estar ativa, diz governo (Foto: Reprodução)

Incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. CBMDF/Divulgação A casa de recuperação para dependentes químicos que pegou fogo no Distrito Federal na madrugada deste domingo (31) estava funcionando de forma irregular. De acordo com o DF Legal, órgão fiscalizador da capital, a unidade do Instituto Terapêutico Liberta-se que deixou cinco mortos e 11 feridos após incêndio não possuía as autorizações necessárias para estar operando. Sem os laudos, o estabelecimento não deveria receber pacientes. (ATUALIZAÇÃO: Em razão de desencontro de informações fornecidas pelo governo do Distrito Federal, o g1 chegou a publicar uma versão desta matéria dizendo que a clínica onde ocorreu o incêndio operava de forma regular. Os documentos, no entanto, são referentes a uma outra clínica dos mesmos donos e de endereço próximo. As informações desta matéria foram atualizadas às 15h25 de segunda, 1º de setembro.) 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do DF em tempo real e de graça Informações desencontradas do GDF Em nova nota enviada à reportagem, o DF Legal informou que existem três unidades do Instituto Terapêutico Liberte-se ativas em Brasília: Unidade Lago Oeste, endereço: Rua 18, Núcleo Rural Lago Oeste – que funciona de forma regular; Unidade Paranoá, endereço: Núcleo Rural Colombo Cerqueira, Chácara 470; Unidade Paranoá, endereço: Núcleo Rural Colombo Cerqueira, Chácara 420 — unidade que pegou fogo. Ainda de acordo com o DF Legal, as duas unidades no Paranoá têm apenas 500 metros de diferença no endereço. Segundo o órgão, os erros de informações foram causados pela proximidade entre as unidades – e pelo fato de que as autoridades nem sequer tinham conhecimento do espaço que pegou fogo. “A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal. Bombeiros combatem incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. Clínica clandestina De acordo com o delegado Hugo Maldonado, da 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá, a clínica operava de forma clandestina e não tinha condições de receber pacientes. Para obter o laudo de funcionamento, um estabelecimento precisa conter uma série de documentos comprobatórios que atestem sua segurança e operacionalidade. O instituto também não tinha alvará e nem laudos de funcionamento expedidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). A Secretaria de Saúde também negou a existência de autorização sanitária para funcionamento. Incêndio deixa cinco mortos Um incêndio no local deixou 5 mortos e 11 feridos na madrugada deste domingo (31). A unidade acometida pelas chamas é a unidade do Paranoá localizada na chácara 420. O fogo começou na sede do instituto, onde estavam cerca de 20 internos. Outros 26 estavam em dormitórios do lado de fora e conseguiram ser salvos. Na sede da clínica, foram localizados cinco corpos carbonizados de homens não identificados. O local estava trancado e com grades nas portas e janelas, o que dificultou a saída dos pacientes. Outras 11 pessoas, com idades entre 21 e 55 anos, ficaram feridas, apresentando queimaduras e intoxicação por fumaça. Elas foram retiradas durante o combate ao fogo e encaminhadas a hospitais do DF. A 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, investiga o caso e apura as causas do incêndio. Informações preliminares reveladas pelo delegado Hugo Maldonado, de acordo com relato de internos, estudam a possibilidade de um carregador de celular na tomada ter iniciado as chamas. Em nota, o Instituto Terapêutico Liberta-se lamentou o ocorrido e afirmou que está à disposição para "esclarecer as circunstâncias do ocorrido". O que diz o Instituto Terapêutico Liberte-se A direção do Instituto Terapêutico Liberte-se lamenta profundamente o trágico incêndio ocorrido em nossas dependências na madrugada deste domingo (31), que resultou em perdas irreparáveis. Manifestamos nossa solidariedade e consternação às famílias e amigos das vítimas, compartilhando a dor deste momento de imensa tristeza. Informamos que já estamos em contato com as autoridades competentes e colocamo-nos inteiramente à disposição para colaborar com as investigações, fornecendo todas as informações necessárias para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e com a apuração rigorosa dos fatos.