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MP denuncia quatro pessoas por incêndio em clínica no DF que deixou seis mortos

DF: 5 pessoas morrem em incêndio em clínica irregular de recuperação de dependentes O Ministério Público do Distrito Federal denunciou à Justiça, nesta ...

MP denuncia quatro pessoas por incêndio em clínica no DF que deixou seis mortos
MP denuncia quatro pessoas por incêndio em clínica no DF que deixou seis mortos (Foto: Reprodução)

DF: 5 pessoas morrem em incêndio em clínica irregular de recuperação de dependentes O Ministério Público do Distrito Federal denunciou à Justiça, nesta segunda-feira (1°), quatro supostos responsáveis pelo incêndio que atingiu uma unidade da clínica Liberte-se, no Paranoá, em agosto deste ano. O incêndio na clínica, voltada para dependentes químicos, deixou seis pessoas mortas e 10 feridas. Agora, a Justiça analisa se aceita a denúncia do MP. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Veja quem foi denunciado pelo Ministério Público: Douglas Costa de Oliveira: diretor e proprietário da clínica; Geraldo Ramos de Jesus Júnior: gestor; Jockcelane Lima de Sousa: administradora; Sérgio Rodrigo Rodrigues Gomes: funcionário. O g1 não conseguiu contato com as defesas dos nomes citados. Os quatro foram denunciados por seis homicídios qualificados e 15 tentativas de homicídio qualificadas. Além disso, Douglas Costa e Geraldo Ramos podem responder por fraude processual, por supostamente terem inserido extintores de incêndio na clínica apenas depois do incêndio, "com a intenção de modificar o cenário e induzir o juízo ao erro", disse o MP. A denúncia acontece após a Polícia Civil concluir a investigação do caso, indiciar os envolvidos e enviar o material para o MP. Investigação da Polícia Civil Veja como ficou clínica atingida por incêndio no DF TV Globo A investigação confirmou que as vítimas estavam trancadas nos alojamentos quando as chamas começaram e, por isso, tiveram dificuldade para escapar. De acordo com o delegado Bruno Cunha, da 6ª Delegacia de Polícia, os internos também estavam sedados por medicamentos – o que reduziu ainda mais a chance de fuga. A hipótese de que o fogo tenha começado em razão de um curto-circuito foi descartada. A Polícia Civil acredita que as chamas foram acidentais, mas não conseguiu cravar a origem. Denúncia do MP para a Justiça Segundo o MP, o crime ocorreu: por motivo fútil, já que os bloqueios das portas eram realizados para impedir fugas e furtos de objetos; com emprego de fogo; mediante o recurso que dificultou a defesa das vítimas, que estavam presas no local. Incêndio revelou série de problemas O incêndio na Chácara 420, no Paranoá, abriu uma série de investigações sobre a atuação das clínicas do Instituto Terapêutico Liberte-se no Distrito Federal. O Instituto Liberte-se possui três clínicas: Paranoá (Chácara 420): unidade que pegou fogo e estava sem licença e sem laudos do Corpo de Bombeiros. Paranoá (Chácara 470): interditada após fiscalização, operava com licença da Vigilância Sanitária vencida; mantinha 63 internos. Lago Oeste (Sobradinho II): funcionava sem alvará e já tinha ordem de interdição desde 2024, mas ainda assim seguia recebendo pacientes. A Defesa Civil realizou uma vistoria técnica na clínica após o incêndio e constatou: graves danos estruturais com risco de colapso do telhado; fissuras e trincas nas paredes; madeiramento danificado pelo fogo; janelas sem vidros e grades parcialmente arrancadas. A Defesa Civil apontou risco de colapso estrutural na chácara 420 e determinou interdição total. Irregularidades e informações desencontradas Incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. CBMDF/Divulgação O caso expôs falhas de fiscalização. Inicialmente, o DF Legal afirmou que a unidade incendiada estava regular, mas depois reconheceu que houve confusão entre os endereços das chácaras 420 e 470, que ficam separados por 500 metros de distância. "A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal. A reportagem do g1 também teve acesso ao parecer de viabilidade da clínica situada no Lago Oeste, com vistorias de vários órgãos. Apesar das graves denúncias, a única irregularidade apontada no documento é a ausência de licenciamento para a produção de ovos no local, o que motivou a pedido de interdição. Além disso, órgãos do GDF admitiram não ter realizado fiscalizações nas semanas entre o incêndio e a prisão de três responsáveis pela unidade do Lago Oeste. LEIA TAMBÉM: COMPRA DO BANCO MASTER: depoimento do ex-presidente do BRB à Polícia Federal é adiado TCDF AUTORIZOU: concurso da Caesb suspenso desde setembro tem prova marcada Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.