Polícia Civil indicia professora da UnB por injúria racial
Regina Coeli de Carvalho Alves acompanhava atendimento no hospital universitário quando afirmou que 'estava preocupada' porque consulta era realizada por aluno...

Regina Coeli de Carvalho Alves acompanhava atendimento no hospital universitário quando afirmou que 'estava preocupada' porque consulta era realizada por aluno preto. Indiciada é professora adjunta de nutrição na universidade. Regina Coeli de Carvalho Alves, da UnB, indiciada por injúria racial UnB/Reprodução A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou, na terça-feira (10), a professora Regina Coeli de Carvalho Alves por injúria racial (veja foto acima). Ela é professora adjunta de nutrição na Universidade de Brasília (UnB) e foi denunciada por um aluno de medicina da instituição. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Segundo a investigação, Regina acompanhava um atendimento no hospital universitário quando afirmou que "estava preocupada" porque consulta era realizada por aluno preto. Indiciada era professora adjunta de nutrição na universidade (leia mais abaixo). 🔎 Indiciamento: o indiciamento não significa que o suspeito foi condenado ou que será preso, mas que as investigações concluem que houve elementos suficientes de que ela cometeu o crime. Após o indiciamento, o suspeito passa a ser tratado como investigado e pode sofrer restrições administrativas. À Polícia Civil, a professora negou as acusações e afirmou que teria ocorrido um "mal entendido". As investigações concluíram, no entanto, que havia provas suficientes para o indiciamento da docente. Ao g1, a UnB informou que "adotou ações imediatas para acolhimento do estudante e encaminhamento da situação" e que "repudia qualquer forma de racismo e reitera seu compromisso com a promoção da igualdade" (leia a nota na íntegra abaixo). Regina Coeli ainda é professora do curso de graduação de Nutrição da UnB e leciona duas disciplinas na universidade. Injúria racial durante atendimento Estudante Thiago Costa da UnB relata caso de injúria racial por parte de professora. O caso foi no dia 22 de maio, durante um atendimento no Hospital Universitário (HUB), que era acompanhado por Regina. O estudante Thiago Costa contou que atendia uma criança, acompanhada da mãe, quando Regina Coeli interferiu e disse que "estava preocupada" pelo fato da consulta ser realizada por um aluno preto (veja vídeo acima). O caso foi denunciado à Polícia Civil e investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), que decidiu pelo indiciamento de Regina Coeli de Carvalho Alves. 🔎Desde 2023 o crime de injúria racial passou a ser equiparado ao crime de racismo, tornando-se também imprescritível e inafiançável. A pena pelo crime pode chegar de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. O que diz a UnB "Universidade de Brasília (UnB) informa que, tão logo tomou conhecimento do caso, adotou ações imediatas para acolhimento do estudante e encaminhamento da situação. A UnB repudia qualquer forma de racismo e reitera seu compromisso com a promoção da igualdade, dos direitos humanos e de um ambiente universitário respeitoso, seguro e inclusivo para todas as pessoas. A Universidade de Brasília também comunica que o caso ocorreu no Hospital Universitário de Brasília (HUB), gerido pela Ebserh, e que, conforme previsto no contrato entre as instituições, é responsabilidade do HUB conduzir os procedimentos administrativos relacionados. A sindicância já foi instaurada e segue em curso. As medidas funcionais cabíveis são tratadas no âmbito desse processo". Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.